segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Inumar

Abri os olhos. Já era dia mas meu corpo estava tão cansado como se estivesse acabado de deitar. Lentamente as ligações cerebrais foram retomando e fui percebendo o motivo de todo esse cansaço. A noite foi repleta de sonhos que me contavam a verdade cruel que eu não queria saber. A noite de sonhos terminará ali, mas a realidade continuaria para sempre. Toda essa história começou quando te encontrei. Eu não estava procurando por você, mas foi algo tão arrebatador que mesmo antes de saber como era, mesmo antes de ouvir sua voz, sentir seu cheiro e estar acalentado no seu abraço eu já gostava de ti. As conversas fluíam e nem via o tempo passar, cada vez mais me encantava contigo. Tudo foi rápido. Logo nos vimos e tentar transportar para palavras a sensação desse momento é algo complexo mas com a licença poética que me é concedida eu posso dizer que me senti como fogos de artifício. Era tão lindo, tão bom, tão sobrenatural estar contigo. Aquele mês de julho seria especial e seria também fugaz. Os dias que passaram e que passamos juntos eram como ouro e reluziam em meu sorriso, algo raro antes de você. Ainda me pego pensando em nós. Das nossas noites juntos, das nossas risadas, nossas viagens, brincadeiras que só a gente gargalhava delas... Infelizmente outra vez a complexidade da vida que não é minha companheira me prega mais essa peça e me deu de presente de aniversário sua ausência. Agora o tempo passou e levou com ele o que me fazia feliz: você. O que ele deixou não é muito perto de como te amei. Eu sempre deixei claro o que senti. Agora o desfeito está feito e não há como reaver. Talvez um pouco de egoísmo. Talvez por amar vejo e revejo o que sobrou, que são duas ou três fotos, as lembranças e o desejo de estar mais uma vez em seus braços. Sinto sua falta. Acendo um cigarro para queimar a saudade e o pensamento em você, em vão...