segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Baço

Eu e minha constante demanda interna, minha constância questionadora, algo quase inexorável, algo ínfimo, algo tão particular que descrevê-lo torna-se tarefa ingrata, contudo, em meu eu, é como se algo me cutucasse a tentar fazer o mais difícil, a acessar o inacessível, a tanger o intangível e por vezes tentar colorir o que é baço. Minhas incertezas brotam como ervas daninha em terreno fértil, as perguntas surgem como água no alto da cascata, eternas. Eu sei de tão pouco, e o que eu sei é quase nada. Por que tenho essa ânsia de saber sempre e saber mais? Por que? Fato que destes questionamentos encontro algo rico, algo que me engrandece, um algo quase nobre. Outrora tive a oportunidade de ler o seguinte: "O que não pulsa, morre." e disso tenho certeza que não padecerei, sinto que pulso, por momentos em demasia, mas esse pulsar insano me da vontade de mais, de querer mais, de buscar mais... Aí quando volto a si já é tarde. Me joguei. Sem medo. Sem receio. Sem escrúpulos. De braços aberto e de peito limpo. O abismo está logo ali e eu dentro dele, em queda livre, me abstraio de tudo que é humano, de tudo que é terreno, de tudo que é divino. O que busco é algo maior, algo que ainda não tenho, algo que me satisfaça por completo. A busca continua, continuará. Com ela me fortaleço e estremeço, com ela me entristeço, e me alegro, mas sem ela não vejo mais sentido, os buracos que continuam sem explicação me causam furor, sentimentos confusos pulsam dentro desses espaços mas é como se precisasse deles para deles tirar a ânsia de seguir... sigo. E espero um dia poder sorrir, um dia ser esse sorriso que busco o resultado destes sacrifícios todos, seja como um grão de areia perdido no espaço, seja como uma gota de mar em meio a um oceano.