quarta-feira, 13 de abril de 2011

Destarte

Hoje é um dia triste. Não triste como outros dias que já se passaram na minha vida. Mais um dia triste que me faz filosofar. Desfiz-me de uma das minhas mais antigas lembranças. Talvez a lembrança que me levasse mais próximo a Deus. Lembrança esta desfeita materialmente mas que ficará infinitamente marcada em minha memória, inesquecível, intocada como uma pérola ainda dentro de uma ostra, e inoxidável como ouro. Como já disseram em outra ocasião desfazer-se das coisas materiais da vida só potencializa o valor emocional que estas trazem para cada um de nós. E assim é a vida. Mutável. Nesse caminho inexorável que só pode desaguar em um leito eterno as coisas mudam. Não há como ser diferente, o que muda são os motivos que nos faz passar nos essas mudanças. Por isso hoje meus cadarços já não permanecem amarrados como ontem, preciso constantemente amarrá-los. Tudo se altera. E eu estou me alterando. Da mesma forma que a água que ferve no fogo nesse momento passará pelo seco pó do café e se transformará em minha bebida saborosa, aromática e quente, da mesma forma que a lagarta se desfaz de seu casulo para voar como uma formosa borboleta, como os filhotes das aves deixam as cascas de seus ovos no ninho para alcançar a imensidão do céu eu estou seguindo o caminho natural, as regras divinas ou as leis científicas e também mudando. Deixei coisas para trás que não voltarão jamais. Entrando em uma nova era. Conhecendo novos caminhos. Aprendendo a viver formas diferentes de vida. Deixando de amar o que ontem era minha razão de seguir em frente. Começando a amar coisas que ainda não havia pensado que poderia ser amada. Evoluindo...