sábado, 1 de junho de 2013

Cianometria

É tudo tão incerto, principalmente dentro de mim. Eu sinto coisas inexplicáveis, porém compreensíveis, pelo menos aos meus olhos. São sentimentos ininteligíveis para outros, sejam próximos ou distantes a mim. Sensações que me colocam frente a frente comigo, e desse embate degladeio-me ao ponto de sempre sair sem uma parte de mim. Sinto os ferimentos pulsarem, sinto as partes que arranquei de mim, e o mais grave de tudo, essas chagas não se curam e adiante vejo um outro confronto... Meu estômago afunda, sinto-o mais corroído a cada momento e por vezes até furado. Preciso ajudar-me, preciso enxergar direito, preciso sentir-me bem, preciso de atenção, preciso de carinho, preciso eliminar peso, mas apenas consigo perdê-los e o pior  que eles sempre me encontram e estão acompanhados de mais dois ou três. Penso que só preciso deixar de existir para reexistir, aí sim, liberto de todos os maus em mim enraizados. Entretanto as palavras que eu espero para que esse processo se inicie nunca chegam. Espero convicto que chegarão, mas a incerteza parece ser mais forte e se fortalece ainda mais, por momentos me liberto gritando ao nada, mas a única resposta que ouço é o eco, e ele nada me diz. Tudo piora, pois o tempo tem me cobrado e tenho sentido que ele é impiedoso. Por horas acredito ter encontrado algo diferente, mas sempre o não se manifesta, só encontro confusão e mais tempo... E dentro da minha humanidade sigo esperando, continuo acreditando que aprenderei, terei de aprender de uma forma ou de outra.