sexta-feira, 12 de abril de 2013

Ecoar

As vezes eu acordo com aquela vontade louca de permanecer na cama até que meu corpo doa de vontade de levantar. As vezes eu quero lembrar nada do que vivi na noite passada quando sequer fui ouvido por quem na verdade me devia explicações. As vezes eu super valorizo pequenos gestos que na verdade não tem valor algum. As vezes sou uma pessoa carente, as vezes me apaixono. As vezes eu me sinto a pessoa mais inútil do mundo, não sou merecedor de uma ligação para dizer: "Lembrei de você." As vezes minha companheira é a solidão das noites, pois nem o sono ficou próximo a mim, as vezes o barulho da noite me assusta, as vezes o silêncio me sopra poesias que eu declamo a mim em momentos de tristeza, as vezes as lágrimas molham meu travesseiro. As vezes sou esquecido por quem não deveria me esquecer jamais. As vezes o cigarro, as bebidas e a minha imaginação são o meu consolo, meu alento. As vezes nesses momentos leio um livro todo em uma madrugada pois ele me leva até um local novo, contudo, as vezes o livro acaba e eu estou no mesmo lugar. As vezes meus sonhos insistem em sumir quando eu mais preciso deles, as vezes eles são obras expressionistas ou futuristas que me motivam. As vezes eu me pego pensando em você e ainda consigo sentir seu cheiro na minha camisa guardada no fundo da gaveta. As vezes eu imagino nos dois, a nossa felicidade, a nossa risada, os nossos momentos felizes. As vezes você vai embora e não me deixa nada além da esperança de um dia estar novamente dentro do seu abraço. As vezes eu só espero por você. As vezes eu não espero mais nada. As vezes as pessoas me dizem não, as vezes não se preocupam comigo, as vezes não me dizem nada, apenas me deixam. As vezes eu nutro esperanças de coisas que não são reais, as vezes a ilusão é verdadeira, as vezes eu sofro. As vezes... As vezes não é minha vez, nunca foi, será um dia?