quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Frívolo

Percebi o que estava vivendo quando encontrei-me como gostaria de estar, em alto mar, esquecido por muitos, lembrado por alguns poucos e amado por ninguém! Foi o que a vida me ofereceu mesmo eu sempre buscando algo diferente. Acreditei muitas vezes em vislumbres talvez ainda pelo fato de conhecer imperfeitamente a aurora do dia ou o crepúsculo da noite. Quando se vive a deriva essas noites são mais longas, os dias intermináveis e os sonhos um subterfúgio que te alegram pois trazem suas vontades muito antes deixadas em terra firme. É ainda embarcado que nos tornamos reféns de nossos próprios desejos. Cheguei a crer que os piratas poderiam se tornar amigos, quem sabe companheiros para atracarmos juntos no final desta jornada naval, mais estava sob influência de meus mais íntimos alucinógenos que encontramos apenas com o balançar das águas salgadas. Não que os momentos que passei ao lado dos seres que tinham alegria para dividir, histórias para contar e até amor para dar foram ruins, muito pelo contrário. Porém eles se foram tão rapidamente como chegaram e eu voltei a viver sentado na proa de minha embarcação e solitário releio as cartas que escrevemos, não de maneira insensível ou indiferente, mas sim apenas com focos diferentes. Hoje só relembro...