segunda-feira, 31 de maio de 2010

Confrangendo

No que se segurar quando tudo passa entre seus dedos como água? No que se apoiar quando tudo que enconsta se derrete feito gelo? De quem esperar um carinho, uma palavra de consolo, um abraço ou um ombro amigo se quem esta ao seu redor não é mais de que um abutre esperando sua carne putrificada cair pelo chão. No que sonhar quando seus sonhos mais íntimos tornam-se de bocado em bocado tormentos insanos capaz de te tirar o sono, arrancar o apetite e degolar te em frente ao espelho. Pequenas coisas. Grandes ações. Inconsequentes atos. Assim de pouco em pouco torna-te seu próprio algoz. Transforma-se em seu maior inimigo. Tem pesadelos em mar de sangue quando poderia sonhar com campos floridos. O tempo é implacável. Não o contrarie. Não fuja. Se entregue. Deixe-o agir em ti, profundamente, serenamente... Indubitavelmente se tudo não der certo agilize o fim, pontualmente pulsos, coração e jugular são alvos capitais, corte, fure, dilacere. Seja forte. Faz parte do processo. Quando perceber a névoa tomando conta de suas vistas você obteve sucesso, já é o começo do fim, agora apenas relaxe.