domingo, 4 de agosto de 2013

Jurisprudência

Eu seguia pelo meu caminho. Combalido. Não estava bem e meu pensamento insistia em tentar encontrar uma explicação, quem sabe uma resposta para meu alento, algo que justificasse de forma concisa o que havia passado, e mais importante, o porquê ainda sentia. O caminho era cotidiano, abaixo de meus pés os cascalhos do caminho produziam um cascalhar melodioso, se não irônico, da minha fisionomia flagelada pelas interrogações que sentia. Seguia. Era preciso. Agora que não tinham mais ninguém, era apenas eu por eu mesmo. Passos após passos. Algo diferente. Anormal. Estava logo a frente. Era como se fosse um livro, confesso que bastante surrado, talvez nem só pelo tempo mas também pelo excesso de leitura, pelas muitas mãos que por ali passaram. Misericordioso o recolhi do chão e piedoso tirei o tanto de terra que estava sobre sua capa. Foi com um assopro que o pó alçou vôo e o título escrito em letras clássicas se revelou: Jurisprudência do amor. As primeiras linhas explicavam do que se tratava. Não dizia quem havia escrito. Deixava claro que era uma espécie de remédio oferecido aos doentes, nem todos poderiam ler, poucos teriam a capacidade de compreender, contudo era obrigação de quem o tivesse em mãos desfazer-se dele, de forma a seguir os instintos recebidos pelo coração, e o mais importante, dividir de alguma forma o que aprendeu. E assim tenho feito, em forma de textos, apesar de muitos pensarem tratar-se de algo fictício, algo romântico ou até louco. Que seja o que pensarem, entendo perfeitamente a situação de cada um desses achismos, pois hoje eu conheço as leis do amor, e não tenho medo de assumir que fiz tudo errado, que sofri e é como recompensa por esse sofrimento que me encontro aqui para dividir como fui incumbido e passar adiante o que de mais importante as leis dizem: "1 - Não ame só. Amar só é como tentar segurar a pouca água de um copo nas mãos. Amar é uma troca, e se você não sente essa troca você não tem um amor. 2 - Não gaste amor em vão. O melhor investimento em amor é aplicar em algo que você receba amor como dividendos. Se você gastar sem receber, vai ficar sem, e sem você não o terá novamente. 3 - O amor deve ser sentido no tempo certo. Tal como uma planta, você cuida, rega, poda e no momento certo colhe os frutos assim é o amor, se você não plantá-lo, cuidá-lo, e no momento exato colher os frutos, ele apodrecerá no pé. 4 - O amor é como um cavalo selado, passa apenas uma vez na sua frente, aproveite a oportunidade, não fuja, não tenha medo. São raros os cavalos que retornam, e se ele voltar considere-se abençoado. 5 - Não vire as costas para o amor. Sentimento rancoroso quando negado te marca, não volta, foge de você. Não negue estadia ao amor." São basicamente esses os pontos mais importantes na lei do amor e todos deveriam pensar, fazer e sentir, pois, o amor é sublime.