quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Aclarando

Quebrei os laços! Rompi as amarrgas. Me libertei. Tal como o pássaro busca o céu mesmo ainda sem aprender a voar, como o peixe luta contra a correnteza, todos com um propósito maior. O peixe precisa dessa força pois assim eternizará a espécie, um sentido biológico para o sacrifício. Já voo do pássaro é recompensado com uma visão que só ele poderá ter, só ele verá o quão grande é o mundo e quão longe pode chegar. Um sentido muito pessoal que só o pássaro que atinge tal objetivo poderia descrever. Comigo foi semelhante e para tentar explicar o que acontecia devo antes explicar que "a origem da gravata remontava à fascalia de seda usada pelos oradores romanos para aquecer as cordas vocais, do ponto de vista etmológico, gravata na verdade vinha de um bando de cruéis mercenários croatas que amarravam lenços em volta do pescoço entes de partir para a batalha. Até hoje, esse antigo traje de combate é usado por guerreiros corporativos modernos, que esperam intimidar os inimigos nas batalhas diárias das salas de reunião." Não gostava de me sentir um guerreirro que lutava diariamente contra um exército truculento, inescrupuloso e mentiroso. Estava remando contra minha própria vida e encontrando bolsas de tranquilidade em lagos com fundo de areia movediça que me convidavam diariamente para o mergulho fatal! Eu resisti enquanto pude. Consegui juntar o que não me tiraram de líquor vital e parti. Parti rápido como devia ser, inesperadamente como quiria que fosse e sem deixar pegadas como sonhei que seria. Meus instintos estavam certos, eu era apenas um número que se desfragmentou e o pó se desfez no vácuo de minha partida. Lá o que sobrou de mim foi apenas nada. Para mim o que germinou foi a semente de uma nova vida. Um renascimento, um recomeço, uma retomada do que havia perdido.