sexta-feira, 30 de abril de 2010

Diário

Dias caóticos. Tempo escasso. Vontades milhares, mas a realidade é outra parte. E nessa parte me acho bem quando leio. Ler é um vício, o meu vício. Lendo me transporto para outros lugares, outras dimensões, várias sensações, bilhões de outros pensamentos. Como é bom ter outros pensamentos, como é acolhedor estar pelo menos por horas assim, como em sonho, sendo levado pelas palavras que estão escritas, descrevendo outras vidas. Estar de observador apenas aguardando o desfecho da história que você está inserido como mero leitor é confortante, é fácil, chega a ser ingênuo demais. Uma página virada, uma história terminada, uma frase dita ora não dita. Simples, não!? Talvez para muitos. Não para todos, não para mim. Sofrer junto com personagens, pensar como eles, e porque não até sentir como eles. E o pior, identificar-se. O que fazer quando uma frase escrita a tempos diz "Fiz tudo certo, errei quando coloquei sentimento" é dita para você, quase cuspida na sua cara. Pode ser coincidência, pode ser sorte, até sintonia de pensamentos. Ok. Pode ser isso tudo, pode ser mais. Por que uma frase solta em meio a um rio de outras me choca tanto quando leio "A saudade existe não porque estamos longe mas porque um dia estivemos juntos." Será por que sinto o mesmo? "Aí, então, perceba que você está fazendo tempestade em um copo d´água. Perceba como você se tornou mesquinha. Pode parecer que você não consegue se encaixar nessa cidade. Pode parecer que, toda vez que alguém lhe dá a mão para você se levantar, a pessoa larga e você escorrega mais para o fundo. Mas você tem que parar de ser pessimista e aprender a confiar nas pessoas à sua volta. Então eu faço isso. Mais uma vez." E mais uma vez decepção! "E aí, bem, certos pensamentos começam a rondar minha mente. Será que conseguirei, alguma vez, assumir o controle da minha vida? Será que sempre serei empurrada e maltratada pelas pessoas em que confio? Será que minha vida alguma vez tomará o rumo que eu quero?" São tantas perguntas que me servem. "No dia seguinte eu tomei a decisão. Decidi que ia descobrir como as pessoas na escola reagiriam se uma das alunas nunca mais voltasse. Como diz aquela canção: Adeus, amor, eu vou partir..." Eu leitor, tocado e identificado com tudo apenas penso, me emociono, coloco meu marcador de páginas onde parei, apago a luz, me cubro e tento pegar no sono pois amanha terei novamente dias caóticos, tempo escasso, vontades milhares...